domingo, 28 de outubro de 2007

Feio

Feio, feio, feio...é só o que me apetece dizer!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

...assim!

Salpicam os acontecimentos, as coisas para fazer e por fazer....
A luz do dia cega-me, a noite suga-me as forças e leva-me num sono pesado...
Parece que a vida parou, a vontade se deixou emprisionar pela questão: vais deixar-te gostar de mim? Talvez nunca saiba se gostaste e não quiseste ou se nem gostaste, vou-me habituar (sei) a viver sem a resposta..e um dia será só uma sombra de uma questão perdida no meio de outras assim!

domingo, 21 de outubro de 2007

Tu

Eu sou o linho e tu a cor que me tingiu!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Ao som...

Mudou o ritmo da melodia, mudou a expressão de cada nota...
...Quem lê a pauta parece exactamente igual!
Mas quando a toco fico séria, triste e o meu olhar desbota.

A tua pintura

Pintei-te a guache com cores frescas e leves
Pinceladas soltas, corridas, perfeitas
Amei-te assim naquela tela, tão minha!

Mas o resto das tintas conseguiram entrar
Veio o carvão, o silêncio, o óleo, a dúvida,
E agora nasce em mim o medo de te amar!

domingo, 14 de outubro de 2007

Sonhar



Quem não gosta de sonhar?
... Se, no dia a dia, até as coisas mais simples são tantas vezes impossíveis!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Tesouros














Parecem cada vez mais independentes
Com os seus segredos e os seus hábitos
Tratamo-los como pessoas crescidas...
...Distraimo-nos!



E de repente lembramo-nos que são crianças...

Pelos abraços abandonados que nos dão
Pelos saltinhos de alegria com que correm para nós!
...pela forma como nos conseguem encher de paz!

Que distancia?

Amor...que distância nos separa?
É a distância do medo? Não.
É a distância da insegurança? Não.
É a distância do amor inacabado,
Do amor incompleto, do amor que o não é!

...





Não é a falta de condições,
É falta de amor!
De todas aquelas razões
Essa é a maior!

sábado, 6 de outubro de 2007

Em certa altura demos as mãos

Dei-te o meu medo, a minha cara,
A minha substância, o meu chão,
Perguntei-te o teu sentido, o teu corpo,
A tua essência, a tua direcção.

Ficamos presos um ao outro
Pelo desenrolar das nossas linhas
Que ao recolherem
Se deram as mãos.

Estou tão rica contigo aqui, com a tua presença,
O teu amor, o teu coração,
Despertaste-me a admiração, o renascer da esperança,
O suspiro e a paixão!

E a minha vida?







Perdida eu me encontro, redefinindo o horizonte, ficando com certezas e tristezas...e a minha vida? Avança?

E sim!

Quero-te
E sim, sou tua!

O perfume que deixas no ar
O teu olhar brilha como gotas de orvalho
O teu sorriso toca-me
O teu riso reconforta-me
E sim, sou tua!

A tua voz uma brisa
O teu cabelo onde passeio os meus dedos
A tua pele uma carícia de frutos
O corpo lindo como uma duna de areia quente
E sim, sou tua!


Tu és a minha paisagem alegre de Primavera!
Tu és a minha paisagem intimista de Inverno!

Fluir

Flui como deve fluir...
A paz, que como uma bruma
Se gera do bater da àgua na pedra!

Basta existires para eu me sentir acompanhada.

Basta existires para eu não querer mais nada.

O que me liga a tí são palavras soltas,
É o encontro sereno da paz.
O que me liga a tí é o suspiro da alma,
O fim da busca pelo encontro do ideal.
Sim, o ideal...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Gostava!

Gostava de te poder abrir o peito, com as minhas mãos, suavemente. Limpar essa derrota toda que se entranhou em ti. Beijar as cicatrizes para deixarem de doer, soprar devagarinho para fazer voar o peso de tanta coisa! Sussurrar palavras doces para te fazer embalar num bom sentimento....

Gostava!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Perceberes o que sinto

Invento mil frases
Com palavras que sei de cor
Mas afinal nunca sabes
Perceber o que sinto, amor!


No calor do entardecer
Na luz da madrugada
Na calma do silêncio
No prazer de um suspiro
É onde te reencontro....

A minha irmã


És a alegria de uma flor que brilha numa manhã fresca e húmida

És a presença do sol quente e reconfortante
que manténs apesar das ausências constantes

És aquela que do meio da solidão trazes com naturalidade a calma

És magnifica como uma torre segura
que consegue transpirar de si paixão!

Ode à vida


É, ela vai-se construindo dia após dia
Umas vezes rapida, outras triste
Cada pormenor é um tom da paleta
Dos meus sentimentos.
Às vezes está rosa outras preta
Parece até caótica, confusa...
Mas se me afastar um pouco
Eis uma cor inimitável e bonita!


Pesada...

Num pedaço de folha assim tão leve escrevo o que vai em mim de pesado. Os gestos são independentes e a minha mente aflita não percebe como fazer para assentar por si só!
Tenho os olhos de quem chorou, mas não choro. Tenho uma moleza persistente. Tenho uma tristeza indefinida. Mas não tenho força nem vontade de lutar contra esta apatia.
Não sei por onde pegar para viver a vida!

Será que estou a ficar doente ou de qualquer forma esta é a maneira como eu agora me sentiria?

Mudança

Quero mudar os meus apoios
Mas sinto o perigo
Quero repintar o horizonte
Mas sinto o perigo
Mudança...é o que eu sinto!

Mãe

Sinto-te como as memórias de infância...
A calma de Domingos à tarde, quando tudo é quente e seguro
Como um toque de pele nas costas da mão
Como beijo de uma brisa primaveril
Um raio de sol reflectindo na parede caiada
O azul profundo de um lago que espelha o céu de fim de dia.

Âmago de quatro vidas...
Obrigada não chega para agradecer a tua
E fica para sempre uma sensação de calor no peito
Pela retribuição que nunca se poderá completar
Pelo fio invisível, mas palpável, que nos une!


Porquê?

Porque semeias amor e não o colhes?

Efémero













A nossa vida é apenas um seixo num pedaço de praia
que fica sujeita ao acaso que ninguém controla.

Às vezes pergunto-me porquê pensar, porquê sofrer...
tudo passa, tudo fica...é tão efémero!
É tudo tão nosso...o mar, a praia, os seixos
e tudo deixa de existir quando morrermos.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Gosto de ti!

Ai gosto! Gosto?
Sei que tenho saudades
Quando partes!
Sei que te anseio
Antes de chegares!
Sei que me apetece
Dar-te carinho, muito!
Ficar ao pé de ti
Tu a mim encostadinho
Ouvir-te falar, ver-te a mover
Perceber os teus tons
E as cores do teu olhar.

Isto é gostar?
Isto é mal de amor?
Será? Sorrio....
Como pode ser?
Desconfio....

O meu cavaleiro e o meu coração

O meu cavaleiro foi pelas brumas e eu desejei-lhe boa viagem. Foi porque não chegou a altura, apenas a vontade, de ficar. E eu também fui….com o coração na mão sem saber bem onde o pousar!

E ao pousar será que vai viver ou apagar?

Uma onda

Sou como uma onda do mar que tenta espelhar o sol e transparecer o solo, que se ondula, que é única, mas que não existe sozinha, que limpa e lava e que encerra tantas historias não contadas.
O que é que eu tentaria fazer se soubesse que não poderia falhar?
Amar as minhas filhas porque isso é uma coisa que, apesar de passível de erros, faria de certeza sem falhar porque o faço genuinamente, apaixonadamente, atentamente e tenho queda para isso!
OU
O que é que eu tentaria fazer se soubesse que era impossivel falhar?
Uma série de ideias ocorrem-me contra o abandono e a miséria que são resultados de atitudes e ciscunstâncias , contra a maldade isso seria uma guerra impossivel de travar... Também fruto da questão anterior e numa perspectiva mais egocentrica e pequenina vem-me a ideia de proteger as minhas filhas de tudo o que é mau...e será que isso seria bom?
Descobrir a cura para a morte não queria!
E vocês?

As vesperas (II)

- Se a pudermos ter de vez em quando já não é mau - disse o busto da cavalo - que eu há anos que anseio por mais umas linhas que me dessem pernas para cavalgar...
- Olha lá, muito obrigado!, disse o narigudo, se ficasses com pernas eu aqui ao teu lado morria concerteza!
- Oh, não...eu ia ter pena, ia chorar e ficar triste muitos dias - disse a menina já com os olhos brilhantes!
- É, é...e eu tenho de ficar sempre assim? - respondeu o busto de cavalo sentido e desesperado - também tenho o direito de me querer completar, ou não?
- Tu sempre foste assim, porque que é que queres mudar agora? Já reparaste que quando mudares vais matar o teu velhinho? - perguntou o lagarto.
- Onde a nossa liberdade acaba começa a dos outros, ou será ao contrário? - interveio o candeeiro de papel amarelado pelo tempo e pela luz.

O cavalo sentindo-se ameaçado nas suas esperanças e liberdade e para se acabar por ali a discussão do seu assunto particular disse: Mas eu não mando no tecto, eu só gostaria e se isso acontecesse era felicidade, mas não culpa minha!
- Mas desejar-me isso ou esperar que isso aconteça magoa-me...vá só um bocadinho porque percebo-te...eu também gostaria de ser mais novo e menos narigudo!
- Ah, então se calhar até era bom e eu também iria crescer e usar saias justas e penteados grandes - disse a menina feliz por ter descoberto um sonho que ia dar pano para mangas para quando quisesse sonhar - e tu, lagarto, se calhar deixavas de ter essa nuvem que te tapa o sol!

- Sim - disse a nuvem que até agora só ouvia desatenta enquanto se entretinha a arredondar mais os seus traços - eu se calhar ia mudar de figura e tornar-me numa montanha...gostava tanto...já passei por tantas fases e deve ser optimo estar ali sentada a falar com muitas nuvens viajadas (não como eu que me canso muito depressa porque estou gordissima de nunca chover) e elegantes, ficar ao sol sem o tapar e ouvir as conversas das pessoas que se passeiam em nós...
O lagarto, sempre o mesmo com aquele ar de saber tudo e de tomar a última palavra para concluir disse: mudem-se todos e depois quero ver se nos damos bem...

- Mudarmos não nos faz esquecer o que fomos, ou faz?, nem nos tira da memória os nossos amigos, nem por isso nos corta o coração-acho eu!- disse o cavalo ansioso por mudar agora que a ideia parecia conquistar quase todos.
(continua)

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Quem?

Quem pode dizer-me que não é bom sonhar? Quem pode não aproveitar a fase da incerteza para tentar acreditar no que quer?

Espanto meu

Da janela aberta vem um ar fresco, ao contrário do que emana de mim! Das luzes da rua vem um ruído a tráfego, ao contrário da pausa que mora em mim! Que momento estranho este, que eu ainda não consigo perceber. Estou bem e no entanto não estou. Anseio e aguardo, carente... quero dormir e não tenho sono, quero distrair-me e não sei. Que momento estranho este, que ainda não quero perceber.

Saudade

Os teus olhos, a tua voz, a tua leveza e a tua força fazem-me falta sem nunca terem sido meus!

As vesperas (I)

Subia as escadas calmamente sem as ver, olhando só o sol que realçava a madeira usada de tantas passagens. Parecia que a minha alma ia a sobrevoar o meu corpo por simpatia, pois ela estava tão cheia de medo e hibernava para se defender, fazendo os meus sentidos acompanharem-me sem atenção. Eu estava, como se diz, fora de mim.

A causa residia num problema que se pode considerar banal, mas que a este ponto me amolecia até eu não gostar. E, por considera-lo um problema banal, não vou explica-lo ao pormenor, correndo o risco de torna-lo mesmo insignificante. Mas de qualquer forma não teria ânimo para expô-lo em profundidade, questionando-me sobre os meus sentimentos e explorando as minhas condicionalidades sentimentais e reactivas.

Trata-se pura e simplesmente de um mal de amor, não por falta de correspondência, mas que arrastou atrás de si desavenças familiares através de mal-ententidos e da nossa ingenuidade de ouvir tudo o que dizem, para o caso de até terem algum ponto de razão e verdade. Acontece que quem muito fala por vezes diz o que não quer e distorce a verdade e que quem muito ouve, neste caso eu e ele, ouve muitas vezes coisas que não quer e acima de tudo deturpações e fica mesmo sem querer ligar à crueldade e confusão com um certo abalo inconveniente.

E assim, ao subir aquelas escadas que conduziam ao meu quarto, eu tive vontade de sonhar sem altos voos uma realidade melhor. Abri a porta pesada do meu quarto e depois de abrir as cortinas e as janelas para deixar entrar o sol da varanda deitei-me no meio do meu tapete de arraiolos e revi no tecto todos os fantasmas e seres que se desenhavam nas sombras e que eram já meus amigos intimos, de tantos momentos terem partilhado a minha vida e com quem eu procurava consolo e um ouvido.

Contei-lhes como era bom ser nova e tê-los comigo. Cumprimentei-os um a um redefenindo cada linha das suas imagens...havia o busto de cavalo, um senhor narigudo, mas simpático, uma nuvem (cada pessoa tem pelo menos uma no seu intimo), havia uma menina pequenina e sorridente com muitos caracóis e um lagarto. Estes eram os mais importantes...e cada um entrelaçava-se aos outros e deixavam suspeitar entre eles muitos outros que se descobriam consoante o nosso estado de espirito e vontade de ver.

Assim, comecei pela menina dos caracóis e perguntei-lhe se tinha tido um bom dia...

-Ah, o meu dia, sabes, foi tão bom....estive a brincar às lojinhas, o que me realizou e preencheu e estive a falar com um menino que me explicou que não há muita gente como nós que preenche o dia a fazer o que gosta e que se dá tão completamente às coisas! Ele já o tinha conseguido fazer a brincar aos carros, a passear de bicicleta, a estudar, a acompanhar a mã e achava que ia descobrir ainda muitas maneiras de o fazer.

Eu sorri, um pouco constrangida, e pensei alto: as crianças acreditam no que sonham, mas mais tarde percebem que inevitavelmente há muitos dias inúteis...e que não se pode fazer o que se quer.

-DISCORDO! - disse o lagarto tão veemente que me assustou! - Eu acho que isso de não se fazer o que se quer é só para quem o quer..., claro que há que dar tempo ao tempo, mas isso já é estar a fazer algo pelo que se quer fazer! Por exemplo, eu gosto de apanhar sol, mas quando chove vou-me preparando e logo que o sol chegar tenho o meu sitio previsto, a minha pele preparada e a mente disposta a isso.

- Pois isso é tudo muito bonito, mas o que se quer fazer ou não não é problema de um dia...é de uma vida. Pois eu fiz o que queria todos os dias e agora acho que não fiz nada de especial - disse cabisbaixo o narigudo! - Mas pelo menos aprendi isto...vamos sempre a tempo de arranjar tempo e calma para pensar realmente no que queremos fazer.

-Eu também penso muito quando estou a dormitar ao sol - retorquiu o lagarto - e acho que o que eu mais quero não é nada de complicado, só que chovendo dois dias seguidos preferia desligar-me e só me tornar a acender ao sol, poupando assim a minha vida só para o que gosto...

Entusiasmada com a viva discussão que captava a atenção dos presentes, interferi com as minhas certezas: o que dá gosto ao que gostamos é esperar por elas, prepararmo-nos para elas e para lhes dar o devido valor é preciso não as ter de vez em quando!
(continua)

Deixa-me sonhar

Deixa-me sonhar, que a realidade já tantas vezes me desiludiu...e a mim custa-me um pouco atirar-me sem olhar...deixa-me sonhar com o teu abraço, deixa-me sonhar com o teu olhar pousado em mim....esse olhar que me enche! Deixa-me sonhar com o cheiro do teu perfume no meu braço, com a memória do teu beijo no meu ombro... Enquanto sonho consciente que é um sonho, vivo como num filme que por momentos parece realidade, sentimentos sensações desejos reais, e não quero saber se o são ou não....quero vive-los!