segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Let it be

Pelas gotas de chuva que se espalham,
Pelo vento que suavemente me mexe nos cabelos,
Memórias invadem os meus pensamentos.
Memórias de momentos, memórias a preto e branco,
Em câmara lenta como num filme de outrora.
Entre as sombras da folhagem alta do caminho
A tua silhueta move-se para longe, intermitente.
Desmoronam-se muros, derretem montanhas,
No meu coração à medida que te afastas.
Os meus pés colados ao chão, a respiração parada.
Um frio atravessa as minhas costas.
E nada faço, nada posso fazer senão ver, sentir.
A acção não é minha, assisto saudosamente triste.
É a vida que se desenrola, que passa os fotogramas,
Animada por uma força chamada tempo.
Imparável, contínua, enrolando passados,
Ficando apenas a memória dos sentimentos
Que nos tornam o que somos, agora e aqui.

1 comentário:

mfc disse...

Somos feitos por algum tempo e destruídos por ele.